sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Pensando Bem...

Hoje descobri que sou uma pessoa infeliz, sério, andei lendo nos últimos tempo meus blog antigos, os históricos daqui, algumas cartas da época do namoro e descobri que me tornei uma pessoa melancólica de mais, tudo bem que muita coisa difícil rolou depois que casei e não é fácil manter aquela energia de quando era solteira quando cortam sua água, sua luz, falta comida, enfim, quando se passa por dificuldades na vida, mas sei lá, acho que sempre mantive uma alma triste até por trás da felicidade.

Não reclamo disso, mudei e acho que a Diana adulta descobriu um mundo menos cor-de-rosa que a adolescente via e essa descoberta acarretou uma certa dor, sem falar no processo de crescimento que sempre nos arranca de uma vida sem explicar porque diabos estamos ganhando outra tão cheia de obrigações, responsabilidades e dificuldades. No meu caso com essa viagem veio a depressão, doença que eu desconfio nunca me abandonou por completo, mas que também já se tornou parte da minha vida e nem me incomoda mais, logo em seguida veio o escape, a paixão e a idéia de que agora sim estava salva, que amando os problemas não aparecem, ledo engano, amar me acarretou problemas e a tentativa de solução mais ainda.

Casar foi o ápice da minha vida, mesmo me dizendo moderna e independente estar com a pessoa a quem ama diariamente e construir uma vida com essa pessoa é uma idéia fantástica, mas novamente isso traz dificuldade, dores, angústias, mudanças e perdas, e com as perdas vem o vazio, a saudade de uma vida que por mais que você finja repudiar ainda te traz boas lembranças, a irresponsabilidade juvenil é uma fortaleza que esconde os problemas do mundo e te afasta de tudo que é ruim, você só curte e quando precisa viver o mundo real sempre aparece uma vontade de correr para esse forte e se fechar lá dentro pra sempre. Fora as dificuldades financeiras, a frustração nas tentativas de ter um filho, a dor de perder um filho e o medo de voltar a tentar, os milhões de recomeços, a dificuldade de conviver com o pacote chamado de família que vem junto com o marido e o que vc leva contigo, o sofrimento ao constatar que você piorou e que isso é culpa somente sua e que por mais que vc corra não vai recuperar tudo o que tinha de bom.

É, isso parece um tratado sobre uma vida frustrada, mas por mais que eu tenha constatado isso tudo, minha infelicidade latente, não sou uma mulher frustrada ou amarga não, rio bastante, tenho bom humor, sou feliz enquanto infeliz se é que isso é possível, não me arrependo das escolhas que fiz e hoje posso dizer que estou em tornando uma mulher realizada, pelo menos a caminho de ser, mas não sejamos hipócritas, eu não vivo um comercial de margarina, não é tão fácil conviver com as outras pessoas e ainda assim não levar nada delas contigo, não sofrer com quem te faz o mal, não se sentir carente quando não recebe todo o afeto que deseja, não se incomodar com a tristeza e dificuldade alheia e não desejar que tudo fosse mais fácil, se vc nunca reclamou de nada, nunca desejou que as coisas fossem um pouco diferentes nem se frustrou com algo, parabéns você é uma pessoa totalmente feliz, eu não consigo isso, vivo sofrendo com dificuldades, problemas e confusões, lutando e nadando contra a maré financeira, preocupada com as pessoa a minha volta e agora com a saúde da minha mãe, então não posso dizer eu sou uma pessoa muito feliz, eu fico feliz, eu me sinto feliz, não sou o tempo todo e em geral sou mais infeliz que feliz.

O que me fez pensar e digitar toda essa quantidade de loucuras foi esse saudosismo que me abateu há um tempo como disse lá em cima li e reli alguns arquivos e cartas, tive saudade de algumas coisas e agradeci por outras tantas terem passado sem deixar rastro, mas constatei que na maioria das vezes fui melancólica, não sei se isso é tão ruim assim não, dizem que os grandes gênios eram incompreendidos e infelizes, não que eu me considere um gênio, pelo contrário, mas talvez incompreendida eu seja muitas vezes.

Bem, hoje estou num dia de mais tristeza que alegria, minha mãe num dia ruim é motivo de sobra pra eu ficar triste, fora umas crises na casa dela e uma indecisão na minha cabeça, não preguei os olhos na última noite e minha vontade hoje era de passar o dia enrolada em um edredom vendo tv e chorando, não necessariamente na mesma ordem.

Atenção, esse não é um post reclamação, é um post de divagações e constatações, volto com a programação normal (?) assim que a vida se tornar normal, se é que um dia ela foi ou será assim...

3 comentários:

Anônimo disse...

Di, eu insisto na vida de comercial, sim, ng é feliz todo tempo, isso é impossivel, mas tambem nao é bom cultivar a infelicidade. O bom é procurar-la (a felicidade)em pequenas coisas, que as grandes aparecem.
Tambem nao dormi nada, aff Enzo teve febre de 39.4 de noite, isso me deixa arrasada, mas dai eu lembro do menino que foi arrastado e que o meu tinha...apenas febre, e agradeço por isso, tá vendo como dá pra agradecer até por um febrão?
Bjs e melhoras pra vc.

Diana disse...

Não é uma questã ode cultivar infelicidade, eu cultivo a felicidade, agradeço todos os dias as coisas boas e até as ruins,mas constatar que vc não é mais 100% também é um fato e um bom caminho para ir atrás do que falta, não tô mal como já estive em outras ocasiões, só uma melancolia diante de algumas coisas e muitas dúvidas, acho que é carência, sinto falta do colo de mãe, agora eu que tenho dado colo...

Julis disse...

é amiga, é com os tombos que a gente aprender a principalmente ser mais feliz!